DPU e Grupo Móvel resgatam 116 trabalhadores em condições análogas à escravidão em Goiás
A Defensoria Pública da União (DPU) em conjunto com o Grupo Móvel de Fiscalização de Combate ao Trabalho Análogo à Escravidão, o Ministério do Trabalho e Previdência (MTP), o Ministério Público do Trabalho (MPT) e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) resgataram 116 trabalhadores em condições análogas à escravidão. A ação aconteceu no dia 21 de outubro na cidade de Água Fria de Goiás, em Goiás.
A partir de uma denúncia anônima no MTP, a ação resgatou os trabalhadores, que extraíam as palhas das espigas de milho para a produção de cigarros da empresa Souza Paiol, em Minas Gerais. Eles foram aliciados nos estados de São Paulo, de Minas Gerais, do Maranhão e do Piauí.
Durante a fiscalização, foram constatadas as condições degradantes que eles vivenciavam: o alojamento era precário, não possuíam equipamentos de segurança e nem condições mínimas de higiene. Os trabalhadores recebiam R$ 5,00 por quilo de palha extraída e tinham descontados valores referentes à aquisição das roupas e ferramentas de trabalho - facas, amoladores e botas.
A DPU, o MPT, a PRF e o MTP notificaram os encarregados pelo trabalho de extração, a fazenda onde o trabalho era feito e a empresa que recebia a palha a garantir condições dignas de alojamento aos trabalhadores até as verbas salariais e rescisórias serem pagas.
Os auditores-fiscais do Trabalho e a DPU emitiram as guias de seguro-desemprego para os trabalhadores resgatados.
Eles receberão três parcelas no valor de um salário-mínimo cada. Também notificarem a empresa responsável a formalizar os contratos de trabalho, retroativamente, e a pagar todos os direitos trabalhistas, que somaram quase R$ 903 mil.
(Com informações do Ministério do Trabalho e Previdência)